12 de agosto de 2008

Ginástica Artística

Pela primeira vez na história da ginástica artística brasileira, a delegação participará da final por equipes.
Além de fechar os quatro aparelhos na sétima posição com 233,800 pontos, Jade Barbosa vai para duas finais individuais (salto e geral), Daiane dos Santos compete a final do solo e a estreante Ana Cláudia Silva conseguiu a 23º vaga para disputar o individual geral depois da eliminação* de uma chinesa, uma americana, uma romena e duas russas.
Ethiene Franco: Abriu todos os aparelhos para o Brasil e apesar da idade (é a mais nova do grupo) parecia a mais segura. As séries foram relativamente simples, cometeu pequenos erros, mas nada muito grave. E para a estréia de ultima hora (entrou no lugar da Kyuane) foi muito consistente. Tem futuro!
Ana Cláudia Silva: Fez um bom trabalho no solo, com um grau de dificuldade alto e só algumas pequenas falhas de execução. Durante a prova das paralelas ela abriu a mão e mesmo assim continuou sua série muito bem, teve uma queda na saída e deixou o aparelho com a mão sangrando muito. Na trave ela teve vários desequilíbrios, e na saída deu três passos.
Jade Barbosa: Começou bastante nervosa, fez o solo um pouco travada, e teve uma nota abaixo do esperado, e abaixo do que ela pode fazer. Assim como no salto. Executou dois saltos relativamente fáceis, diante do que ela consegue. Tirou 15.100 no primeiro, mesmo tendo desviado na aterrisagem, e caído fora da linha, o segundo salto foi de 15.000 e a média ficou em 15.050. Não arriscou nas paralelas, fez uma prova simples, mas limpa. E na trave ela tinha chances de ir para a final individual, mas ficou difícil com a queda logo na entrada. Saiu do aparelho com 14.700 e com algumas lágrimas.
Dani Hypólito: Fez uma participação regular. Não arriscou muito no solo, nas paralelas teve alguns erros de finalização, e não conseguiu fazer sua entrada completa na trave (em minha opinião uma das entradas mais bonitas). Durante um giro ela desequilibrou e caiu.
Daiane dos Santos: Foi bem no solo, teve uma punição de uma saída do tablado, mesmo não tendo saído. Fechou com 15.275, quinto lugar no individual.

Eu tenho muita fé na Jade, mas ela parece estar apagada. Não fez nada do que estamos acostumados a vê-la fazer. Espero que ela tenha escondido o jogo, e mostre do que ela é capaz nas finais que vai competir. E quem sabe trazer uma medalha no salto.
Tanto na final por equipes quanto no individual geral, as meninas sabem que é muito difícil superar chinesas, americanas, e russas. Mas elas podem melhorar a colocação delas. Para um país como o nosso em que não se tem apoio algum para levar um esporte a sério, é algo muito impressionante o que essas meninas conseguiram fazer. O Brasil começou a ter uma estrutura ‘boazinha’ na ginástica depois que a Dani trouxe resultados expressivos para o país. E de lá pra cá outros talentos apareceram, mas ainda não temos uma estrutura adequada para bater americanas e chinesas. Como já disse, é impressionante elas terem conseguido essas finais, medalha é além do que as próprias ginastas acreditam e se acaso conseguirem, será algo inexplicável, mas maravilhoso.

Não posso comentar sobre as ginastas de outros paises, pois todas as TVs que transmitem, só dão prioridade a ginástica quando as brasileiras estão competindo, então não vi as outras baterias. Mas vi a Johnson na trave de equilíbrio, e cheguei a uma conclusão: Shawn Johnson deveria ser proibida de competir na trave!
Ela consegue fazer a série sem ‘balançar’ a própria sombra, é impressionante vê-la nesse aparelho.
E se depois de ver a perfeição com que ela executou a série, e saber que ela ocupa a terceira colocação (nesse aparelho), fico imaginando como não foram as chinesas Shanshan Li e Fei Cheng que foram primeira e segunda respectivamente.
Pergunta, é Shanshan Li e Fei Cheng, ou Li Shanshan e Cheng Fei? Cada hora falam de um jeito. Rs

*As ginastas foram eliminadas pelo regulamento, que só permite a participação de duas ginastas por país na final.

Ellen Tibério

Um comentário:

Nivia disse...

Eu sou muito fã desse esporte. Ele é lindo, virtuoso, impressionante. Exige atletas [principalmente no feminino] jovens o que, na minha opinião, peca na questão da maturidade de algumas atletas como a própria Jade.
Torci pela seleção feminina mas minha admiração por Shawn Jonhson falou mais alto. Como é linda e precisa.